HISTÓRIA DE VILA VELHA DE RÓDÃO

Vila Velha de Ródão é uma freguesia portuguesa sede do concelho de Vila Velha de Ródão, na província da Beira Baixa, (Beira Interior Sul), com 90,41 km² de área e 1.476 habitantes eleitores, em outubro de 2020.

Fazia parte da Herdade da Açafa, doada aos templários pelo Rei Sancho I em 1189, e o seu povoamento é anterior à formação da nacionalidade.

A sua área constituía um ponto estratégico na delimitação das fronteiras cristãs, face aos muçulmanos, e na garantia da liberdade de navegação do Tejo, daí advindo a necessidade de edificação do castelo das Portas de Ródão.

A importância de Ródão advém do Porto do Tejo que dava passagem a uma estrada comercial e pastoril, fundamental para o desenvolvimento das regiões da Beira Baixa e Alentejo.

O tráfego fluvial foi muito ativo até à construção do caminho-de-ferro, em 1885-93, que o substituiu. Do ponto de vista estratégico-militar, nos séculos XVIII e XIX, ocorreram em Vila Velha de Ródão um conjunto de ações militares, no contexto da Guerra dos Sete Anos e das Invasões Francesas que colocam estas terras nos anais da História de Portugal e cujas obras de defesa são ainda hoje visíveis.

Apesar da sua importância estratégica, parece inegável que no início do século XIX Ródão se apresentava em decadência. No último quartel do século XIX, a construção da ponte metálica e do caminho-de-ferro contribuíram decisivamente para o desenvolvimento do concelho. Foi também nesta altura que se introduziu a olivicultura intensiva nesta região, que tão marcadamente contribuiu para as alterações na paisagem e economia locais.

A partir de 1971, a implantação da unidade fabril Celtejo (depois Portucel) significará a materialização da opção industrial por parte deste concelho, com as consequentes transformações ambientais, sociais e económicas.

A MALDIÇÃO DO CASTELO DO REI VAMBA

Fotografia: Acesso ao Castelo

O castelo é tão belo e bem localizado que é uma pena estar amaldiçoado. Construíram ao lado uma capela, mas ninguém esquece a maldição da mulher do rei Vamba. Tudo por causa de amores proibidos.

O rei Vamba era visigodo e construiu o seu castelo próximo das Portas de Ródão.

Do outro lado do rio Tejo vivia um rei mouro que se apaixonou pela mulher do rei cristão. Construiu um túnel por debaixo do Tejo para visitar a sua amada, mas enganou-se nos cálculos e a saída foi dar a outro lugar, acima do rio, hoje designado Buraca da Moura.

Fotografia: Portas de Ródão


A partir daqui a história ganha versões diferentes. Uns dizem que a rainha fugiu pelo túnel com o rei mouro e que o rei Vamba, disfarçado de mendigo, conseguiu descobri-la e acabou por trazê-la de volta. Outra versão diz que o rei cristão descobriu a saída do túnel e apercebeu-se de que a sua mulher correspondia ao amor do rei mouro.

No final da história, o amor proibido foi castigado com a rainha a ser lançada por uma das escarpas das Portas de Ródão. Mas, antes de ser projetada para a morte, a rainha ditou a maldição.

Diz-se que, por onde o corpo rolou, nunca mais cresceu mato. Tudo factos “verídicos”… Como também a lenda da escolha de Vamba para rei visigodo.
Foi em Idanha-a-Velha.
Após a morte do seu antecessor, Vamba foi designado e ele, procurando legitimar a escolha, exortou Deus a confirmar a sucessão e o sinal era a revitalização da vara que tinha na mão.

Fotografia: Castelo do Rei Vamba

Plantou-a no meio de um olival e ainda lá está… A vara reverdeceu e ele reinou entre 672 e 680, o castelo também subsiste, embora com vários nomes: Castelo do Rei Vamba, Castelo de Ródão.

Na verdade, não é um castelo, mas sim uma torre de vigia que desempenhou um papel importante devido à sua localização. D. Sancho I doou a torre aos Templários no séc. XII e nesta fase funcionava para vigilância dos mouros. Séculos depois, nas invasões francesas, serviu como posto de artilharia.

A torre foi recuperada e tem dois pisos e um formato retangular. A entrada faz-se pelo piso térreo, por um acesso improvisado que permite verificar a largura da parede feita de pedras e barro. Uma escada metálica permite a passagem para a parte superior.